quinta-feira, 28 de março de 2019

Nokia será investigada por mandar dados de usuários para a China




A HMD Global, proprietária da Nokia, pode virar alvo de investigação após a NRK Beta – emissora de TV norueguesa – publicar uma matéria apontando que celulares da linha Nokia 7 Plus enviavam dados de seus usuários para servidores da China. A atividade foi descoberta por Henrik Austad, dono de um aparelho do modelo, que monitorou o tráfego do dispositivo para verificar se informações pessoais suas eram vazadas.

Austad percebeu durante o teste que, ao ligar seu celular – com o display bloqueado ou não –, um grupo de dados eram enviados a um servidor do país. No caso, essas informações eram referentes à sua posição geográfica, além do número do SIM e de série do aparelho.

Preocupado com a situação, ele entrou em contato com a NRK Beta e contou o ocorrido. A emissora resolveu também fazer sua própria investigação, e notou que o servidor em questão tinha o domínio “vnet.cn”, que supostamente pertence à Telecom Corporation, operadora de telefonia estatal da China.
Print do celular de Austad mostrando o envio de dados para servidores da China. Fonte: NRK Beta.

A HMD tem sua sede na Finlândia e, por isso, o inspetor de segurança de dados do país, Reijo Aarnio, disse em e-mail à emissora que estava considerando investigar a companhia, pois aparentemente se tratava de um caso de violação de privacidade. Para constatar o fato, ele afirmou que iria consultar especialistas em TI de seu departamento.


HMD Nokia admite falha e diz já ter solucionado o problema


Com a notícia ganhando notoriedade, a HMD enviou um comunicado à imprensa, no qual admitiu que o caso se tratava de uma falha no software de um lote da linha Nokia 7 Plus. A companhia ainda garantiu que nenhum dado foi processado nem compartilhado com outras empresas ou autoridades.

“Isso foi corrigido e quase todos os dispositivos afetados por esse erro agora receberam uma atualização. A HMD Global leva a segurança e a privacidade de nossos clientes a sério”, apontou a publicação. Especula-se que as unidades afetadas deveriam ter sido destinadas à China, mas podem ter ido parar, por engano, no mercado europeu.


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