sexta-feira, 22 de março de 2019

Facebook admite que já desconfiava das práticas da Cambridge Analytica


Quanto mais a gente mexe, mais a gente encontra, e o Facebook continua se complicando. Segundo o The Guardian,os funcionários da rede social estavam cientes das preocupações sobre “práticas impróprias de coleta de dados” pela Cambridge Analytica meses antes de a publicação inglesa informar, pela primeira vez, em dezembro de 2015, que a consultoria política havia obtido dados de milhões de pessoas. As preocupações apareceram em um processo judicial apresentado pelo procurador-geral de Washington DC e foram confirmadas pelo Facebook.

A nova informação “poderia sugerir que o Facebook tem sistematicamente enganado os legisladores britânicos sobre o que sabia sobre a Cambridge Analytica”, tuitou Damian Collins, presidente da comissão de cultura digital da Câmara dos Comuns e do DCMS em resposta ao processo.

Em um comunicado, um porta-voz da empresa disse que "o Facebook absolutamente não enganou ninguém sobre esse cronograma". O porta-voz afirmou, também, que funcionários do Facebook ouviram rumores de coleta de dados pela Cambridge Analytica em setembro de 2015, "algo que infelizmente é comum em qualquer serviço de internet", disse.


Facebook tinha percebido antes


A extração de dados, embora altamente controversa, não foi contra as políticas do Facebook, que na época permitia que a Global Science Research (GSR) recebesse informações não apenas de usuários que consentiram, mas de todos os seus amigos. Foi a transferência dos dados do GSR para o SCL Group que chamou a atenção da rede social.

Após o processo feito pelo procurador-geral de Washington DC, que autuou o Facebook por ter falhado em proteger os dados de seus usuários, um pedido de arquivamento por parte da rede social foi solicitado, o que gerou ainda mais suspeitas por parte das autoridades sobre o tempo de conhecimento da empresa sobre o tema. Logo após isso, surgiram mais documentos e evidências de que o Facebook sabia de tudo momentos antes de a "bomba explodir".

Os documentos são “trocas de e-mails entre funcionários do Facebook que discutem como a Cambridge Analytica (e outros) violou as políticas do Facebook”, ressalta uma declaração apresentada pelo procurador-geral da capital americana na segunda-feira (18).

Esses e-mails incluem "avaliações de funcionários que vários aplicativos de terceiros acessaram e venderam dados do consumidor em violação das políticas do Facebook durante a eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016", aponta o arquivamento. "Isso também indica que o Facebook sabia das práticas impróprias de coleta de dados da Cambridge Analytica meses antes dos veículos de notícias informarem sobre o assunto", continua o arquivamento.

O Facebook ainda vai enfrentar os tribunais de Washington para se explicar sobre essas informações.

Fonte: The Guardian

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