Quanto mais a gente mexe, mais a
gente encontra, e o Facebook continua se
complicando. Segundo o The Guardian,os
funcionários da rede social estavam cientes das preocupações sobre “práticas
impróprias de coleta de dados” pela Cambridge Analytica meses antes de a publicação inglesa informar, pela
primeira vez, em dezembro de 2015, que a consultoria política havia obtido
dados de milhões de pessoas. As preocupações apareceram em um processo judicial
apresentado pelo procurador-geral de Washington DC e foram confirmadas pelo Facebook.
A nova informação “poderia sugerir
que o Facebook tem sistematicamente enganado os legisladores britânicos sobre o
que sabia sobre a Cambridge Analytica”, tuitou Damian Collins, presidente da
comissão de cultura digital da Câmara dos Comuns e do DCMS em resposta ao
processo.
Em um
comunicado, um porta-voz da empresa disse que "o Facebook absolutamente
não enganou ninguém sobre esse cronograma". O porta-voz afirmou, também,
que funcionários do Facebook ouviram rumores de coleta de dados pela Cambridge
Analytica em setembro de 2015, "algo que infelizmente é comum em qualquer
serviço de internet", disse.
Facebook tinha percebido antes
A extração de dados, embora altamente
controversa, não foi contra as políticas do Facebook, que na época permitia que
a Global Science Research (GSR) recebesse informações não apenas de usuários
que consentiram, mas de todos os seus amigos. Foi a transferência dos dados do
GSR para o SCL Group que chamou a atenção da rede social.
Após o processo feito pelo
procurador-geral de Washington DC, que autuou o Facebook por ter falhado em
proteger os dados de seus usuários, um pedido de arquivamento por parte da rede
social foi solicitado, o que gerou ainda mais suspeitas por parte das autoridades
sobre o tempo de conhecimento da empresa sobre o tema. Logo após isso, surgiram
mais documentos e evidências de que o Facebook sabia de tudo momentos antes de
a "bomba explodir".
Os documentos são “trocas de e-mails
entre funcionários do Facebook que discutem como a Cambridge Analytica (e
outros) violou as políticas do Facebook”, ressalta uma declaração apresentada
pelo procurador-geral da capital americana na segunda-feira (18).
Esses e-mails incluem
"avaliações de funcionários que vários aplicativos de terceiros acessaram
e venderam dados do consumidor em violação das políticas do Facebook durante a
eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016", aponta o arquivamento.
"Isso também indica que o Facebook sabia das práticas impróprias de coleta
de dados da Cambridge Analytica meses antes dos veículos de notícias informarem
sobre o assunto", continua o arquivamento.
O Facebook ainda vai enfrentar os
tribunais de Washington para se explicar sobre essas informações.
Fonte: The Guardian
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