Autoridades de
aviação civil da China, Indonésia e Etiópia ordenaram que companhias aéreas do
país suspendam a operação do Boeing 737 Max 8 após
a queda de uma aeronave do modelo, operada pela Ethiopian Airlines, ter deixado
157 mortos. O acidente aconteceu neste domingo (10) na cidade de Bishoftu, a 60
quilômetros da capital do país africano, Adis Abeba.
A versão é a mais recente do modelo
comercial, inaugurada em 2016. O alerta de segurança está relacionado ao fato
de este ser o segundo acidente semelhante a acontecer com o 737 Max 8. Em
outubro do ano passado, a aeronave da Boeing, operada pela Lion Air, caiu no
mar de Java, deixando 189 mortos. Em ambos os casos, a queda aconteceu momentos
após a decolagem.
Além
das autoridades dos três países, a companhia aérea Cayman Airways, que opera no
mercado nacional e internacional a partir das Ilhãs Caimã, também anunciou que
vai suspender as operações do 737 Max 8 até que investigações mostram o que
causou o acidente envolvendo o avião da Ethiopian. A empresa disse também que
vai colaborar com as autoridades etíopes na investigação do caso.
A Boeing não comentou diretamente
sobre as suspensões, afirmando apenas que, como a investigação relacionada ao
voo da Ethiopian Airlines ainda se encontram em seus estágios iniciais, não vai
emitir novos padrões de segurança para seus operadores. A empresa enviou
condolências aos familiares dos mortos e disse que a segurança é sua
prioridade, o que a leva a trabalhar ao lado das autoridades africanas na
investigação e localização das causas do acidente.
As caixas-pretas do avião acidentado
foram recuperadas apenas nesta segunda-feira (11) e ainda é cedo para especular
sobre as causas da queda e, principalmente, sobre uma relação entre os
acidentes com os voos da Lion Air e da Ethiopian Airlines. Mesmo assim, ao
anunciarem a interrupção nas operações do modelo, autoridades chinesas
afirmaram que existe algum “grau de similaridade” entre as duas quedas devido
ao fato de ambas terem acontecido minutos após a decolagem.
Informações preliminares da torre de
controle de Adis Abeba indicam que a tripulação relatou problemas técnicos na
aeronave pouco antes de ela atingir o solo. A Ethiopian Airlines, em um de seus
primeiros comunicados sobre o assunto, afirmou ter realizado manutenções
rigorosas no avião acidentado no dia 4 de fevereiro e que não existem relatos
de problemas na aeronave após essa data.
As causas exatas do acidente de
outubro do ano passado, com o avião da Lion Air, também são desconhecidas, com
um relatório final previsto para sair entre agosto e setembro deste ano.
Investigações preliminares de autoridades americanas e indonésias, entretanto,
apontam para uma falha em um software que tenta evitar a perda de sustentação
da aeronave, que teria sido ativado de forma automática sem necessidade.
Com motores maiores e promessa de
maior eficiência energética, o 737 Max 8 já teria mais de cinco mil unidades
encomendadas desde seu lançamento, em 2017. Outro efeito direto do acidente com
o voo da Ethiopian Airlines foi a queda de 8% nas ações da Boeing, enquanto a
brasileira Gol, que estaria entre as empresas que adquiriram unidades da
aeronave, tem baixa de 2%.
Fonte: The Independent, The Verge, Aviões e Músicas
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