terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Banco de imagens vai usar fotos do TraffickCam para combater tráfico sexual



Pesquisadores da Universidade George Washington, Universidade Temple e do Centro de Pesquisas da Adobe criaram um enorme banco de imagens, com fotografias de quartos de hotéis, com a finalidade de ajudar a solucionar casos envolvendo o tráfico de seres humanos. Atualmente, o projeto, chamado de Hotels-50k, conta com um milhão e 27 mil fotografias de 50 mil hotéis em todo o mundo.

As imagens que alimentam o banco de dados do Hotels-50k vêm do app TraffickCam, pelo qual os viajantes tiram as fotos de suas acomodações em hotéis pelo mundo afora, e as enviam através do app, inserindo sua localização. Além disso, as fotografias profissionais contidas em sites de agências de viagens também estão sendo utilizadas.

De acordo com os pesquisadores, reconhecer um hotel a partir de uma imagem de um quarto de hotel é importante para as investigações sobre o tráfico de seres humanos, já que as imagens ligam as vítimas, diretamente, aos locais onde elas estavam ou estão, assim como possíveis lugares para onde elas podem ser transportadas. Ter duas fontes de imagens também se torna essencial, já que as fotografias profissionais são bem diferentes das enviadas pelo app. As fotos das agências de viagens são editadas para apresentar um ambiente “perfeito”, quase sempre sofrendo alterações de cor e iluminação. Já as fotos enviadas pelo TraffickCam se assemelham mais com as capturadas nas investigações, por não apresentar edição e por conter elementos comuns em situações de hospedagem.


Por enquanto, a eficiência do banco de imagens não impressionou. Ele foi testado em duas redes neurais pré-treinadas, onde 80 por cento das cadeias de hotéis foram identificadas, mas apenas em 24 por cento dos casos o hotel específico foi reconhecido. De qualquer forma, a aplicação de IA para a solução deste tipo de crime parece promissora.

Resolvida a questão da eficiência, ainda teríamos de avaliar a viabilidade ética e moral na implantação do projeto. Ele não é capaz de distinguir entre anúncios de tráfico sexual e anúncios de profissionais do sexo, o que poderia colocar estes últimos em situação de risco ou expô-los de forma inadequada.

Outro ponto a ser discutido, refere-se à utilização do sistema, que, talvez, possa vir a ser usado para fins indevidos pelas autoridades, envolvendo abuso de poder ou desrespeito à privacidade dos cidadãos.

Fonte: GIZMODO

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