É isso mesmo que você leu: seu
smartphone tem mais bactérias do que o banheiro que todo mundo usa na empresa
onde você trabalha. E, bem, certamente você não lava as mãos sempre que
colocá-las no aparelho, como fazemos após ir ao banheiro, certo? Ainda: você
encosta o smartphone em seu rosto, mas jamais encostaria o rosto num vaso
sanitário, não é mesmo?
Bom, se você está achando um exagero
tremendo as colocações acima, confira o que dizem os seguintes estudos: em 2011, a London School of Hygiene &
Tropical Medicine descobriu que matéria fecal pode ser encontrada em 1 a cada 6
smartphones em uso, e em 2009 outro estudo conduzido em
universidades da Nigéria afirmou, ao analisar bactérias removidas de
smartphones de voluntários, que os celulares se tornaram verdadeiros
reservatórios de patógenos ao tocar rostos, orelhas, lábios e mãos de
diferentes usuários, com diferentes condições de saúde.
Ainda, pesquisadores da Universidade
do Arizona descobriram, em outro estudo, que a típica mesa de
trabalho, que costuma acomodar o smartphone por cerca de 40 horas por semana,
tem centenas de vezes mais bactérias do que o banheiro da empresa, com todos
esses microorganismos sendo levados ao seu celular simplesmente porque você o
deixou ali em cima. Para piorar, há estudos ainda mais preocupantes que
descobriram patógenos perigosos em smartphones, como Streptococcus, MRSA (que é altamente resistente à
maioria dos antibióticos) e até mesmo E. coli.
Por que smartphones são tão sujos?
Conforme explica o professor de
microbiologia da Universidade do Arizona, Charles Gerba, hoje em dia nós
"tocamos mais superfícies do que em qualquer geração da história, de
caixas eletrônicos a terminais de atendimento automático, então você está
pegando germes dos outros o tempo todo em suas mãos e dedos, colocando-os em
seu celular e trazendo-os para perto de seu nariz, boca e olhos".
E, bem, esses germes podem fazer com
que qualquer pessoa fique doente ao entrar em em contato com o smartphone
contaminado. Centros de controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos
estimam que 80% de todas as infecções são transmitidas justamente pelas mãos —
e os smartphones se tornaram praticamente uma extensão delas.
"Você pega um micróbio em sua
mão e aí usa o telefone. E depois, mesmo se lavar as mãos, os germes ainda estão
lá no aparelho", alerta Gerba. Em média, os norte-americanos verificam
seus celulares uma vez a cada 12 minutos, encostando seus smartphones em seus
rostos cerca de 80 vezes por dia, de acordo
com a Asurion— e certamente aqui no Brasil os números são parecidos.
Mas, calma, que você não precisa
andar por aí com lenços umedecidos antibacterianos e limpar as mãos e tudo o
que você tocar o tempo todo. "Todos os celulares terão bactérias porque os
seguramos, e as bactérias normais que estão sendo transferidas das bochechas e
dos ouvidos não são nada para se preocupar", assegura Susan Whittier, diretora
de microbiologia clínica do Centro Médico da Universidade de Columbia. No
entanto, "se você está tossindo em seu telefone, esses vírus podem viver
em sua superfície por horas e podem ser transferidos a outras pessoas",
alerta.
Como manter seu
smartphone devidamente limpo
Além da limpeza básica com o objetivo
de não deixar a sujeira acumulada em seu dispositivo estragar seu
funcionamento, que normalmente é feita com panos de microfibra e soluções
especiais para displays, há maneiras de limpar seu smartphone com segurança
pensando no acúmulo de microorganismos ali.
Se o seu aparelho tiver uma boa
certificação contra água, como é o caso dos Pixel 3
XL, iPhone XS, Galaxy S9 e
tantos outros, você pode fazer uma solução de limpeza com álcool isopropílico e
água destilada, passando a mistura no aparelho com um pano de microfibra e
usando cotonetes de algodão para fazer a solução entrar nas reentrâncias da
carcaça — sempre usando uma luva de limpeza. Já para dar aquela
"limpadinha" rápida ao longo do dia, basta borrifar a solução usando
um frasco de spray, pois ela evapora rapidamente.
Já se o seu smartphone não for à
prova d'água, há lenços de limpeza antibacterianos específicos para dispositivos
eletrônicos à venda no comércio geral — a própria Xiaomirecentemente
lançou os Xiaomi Screen Cleaning Wipes, por exemplo. Mas se você quiser uma
solução mais tecnológica, existem aparelhos como o PhoneSoap no
mercado internacional, que usa luz UV para matar 99,9% dos germes de
smartphones, segundo a fabricante. Ele custa cerca de US$ 60 e basta que você
deixe o celular "descansando" ali por 10 minutos para que o PhoneSoap
não somente faça essa limpeza, como ainda carregue a bateria do aprelho.
Gerba recomenda que as pessoas
higienizem seus smartphones, com o método que puderem, diariamente — mas ele
mesmo diz que limpa o seu celular duas vezes por dia, por precaução.
Fonte: USA Today
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