Digamos que a carreira de um
astronauta não é lá das mais simples: além do treinamento rigoroso, do
isolamento de amigos e familiares e todo o estresse de ir até onde humano
nenhum jamais esteve, um novo estudo da NASA indica
que tripulantes das missões espaciais estão sendo diagnosticados com herpes com
maior frequência do que quem fica aqui na Terra.
Segundo o levantamento, o estresse
relacionado a tudo o que envolve o trabalho de um astronauta funciona como um
redutor imunológico, baixando as defesas do organismo justamente durante as
viagens espaciais — momento onde os astronautas secretam mais fluídos, como
urina e saliva. A pesquisa indica que o sistema imunológico do corpo fica mais
debilitado durante as viagens e demora até 60 dias após elas para se recuperar
por completo.
Embora a
proporção ainda seja pequena, astronautas enfrentam um risco maior de contrair
herpes do que pessoas que não viajam ao espaço
“Durante
as viagens espaciais, há um aumento na secreção de hormônios do estresse, como
cortisol e adrenalina, que são conhecidos por suprimirem o sistema
imunilógico”, disse a autora do estudo, Satish Mehta. “Ao monitorarmos isso,
nós descobrimos que as células brancas de defesa do astronauta —
especificamente, aquelas que atacam e eliminam vírus — tornam-se menos eficazes
durante viagens e, às vezes, até 60 dias depois”.
Ela segue, apontando o estresse como
culpado: "Os astronautas da NASA são submetidos a semanas ou até mesmo
meses a ambientes de microgravidade ou radiação cósmica — sem mencionar os
extremos da Força G durante o lançamento e reentrada das embarcações. O desafio
físico é amplificado ainda mais por sinais familiares, como separação social,
confinamento e um ciclo alterado de sono”.
Felizmente, os sintomas são raros,
atingindo um percentual de 7% de casos registrados: em números expressos, a
cada 80 astronautas, “apenas” seis ou sete contraem a doença. Contudo, Mehta
explica que os riscos aumentam quanto mais longo for o tempo de permanência
fora da Terra, o que pode ser um desafio em viagens mais longas.
“Ainda que uma proporção pequena
desenvolva os sintomas, as taxas de reativação do vírus aumentam conforme a duração
da viagem espacial e isso pode representar riscos maiores em missões para Marte
e além”, ela explica.
Fonte: NASA
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