O Ministério Público da Bahia
notificou o Google e
o WhatsApp para que
retirem do ar imagens e vídeos de Momo. De acordo com o órgão, as cenas da
boneca sinistra estariam sendo usadas por criminosos para incitar jovens e
adolescentes a cometerem delitos ou atos contra a própria integridade,
incluindo suicídio.
De acordo com o promotor Moacir
Nascimento, que lidera o Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos da Bahia, as
cenas de Momo aparecem em vídeos que incitam extorsão, roubo de dados e atos de
violência. Segundo ele, nenhum caso foi registrado junto às autoridades, com a
ação do MP tendo sido instaurada de forma preventiva, para lidar com as
repercussões do obscuro meme nas redes sociais.
Ainda segundo Nascimento, os vídeos
de Momo ainda não falam português, mas já estão sendo compartilhados entre
brasileiros em versões em espanhol e inglês. Mais uma vez, o objetivo do
procedimento é colher dados e provas e buscar apoio das empresas, que ainda não
se pronunciaram sobre o pedido do Ministério Público.
A polêmica relacionada a Momo também
estará sendo comparada pela imprensa brasileira com o jogo da Baleia Azul, que
em 2017, teria levado dezenas de crianças ao suicídio. Os casos envolviam
violência e ferimentos autoinflingidos pelos jovens a partir de uma série de
série de desafios que eram enviados por meio do WhatsApp.
Aparições de Momo também estão
assustando os pais e se tornaram uma dor de cabeça para o YouTube, que estaria
diante de uma “invasão” de vídeos com a boneca em meio a conteúdos teoricamente
seguros, disponibilizados por meio de seu app infantil. A empresa nega
que o desafio esteja sendo exibido dessa maneira, enquanto relatos
de usuários e até vídeos publicados em redes sociais apontam para o contrário.
Apesar de ter ganhado força e
contornos bastante graves nas últimas semanas, o mistério de Momo surgiu, na
realidade, em meados de 2018. Inicialmente, se tratava de um perfil de WhatsApp
que estaria amaldiçoado e saberia tudo sobre aqueles que entravam em contato
com ele. De acordo com especialistas em segurança, entretanto, tratava-se de um
trabalho de engenharia social que poderia resultar, inclusive, em roubo de
dados. A lenda urbana veio e se foi, retornando agora pelas mãos de indivíduos
bem mais mal intencionados.
Momo, entretanto, nem mesmo tem esse
nome. A figura sinistra é uma estátua com corpo de pássaro feita em 2016 pelo
artista japonês Keisuke Aiso, exibida durante alguns meses em uma galeria de
artes visuais em Tóquio. Em entrevistas, o criador disse se sentir culpado pelo
uso de sua obra em desafios violentos desse tipo e que a imagem já foi
destruída para que não possa mais ser explorada de maneira alguma.
Fonte: G1
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