Com 10 indicações ao Oscar esse ano, incluindo as principais categorias melhor diretor e melhor filme, além de já premiado no Globo de Ouro, Direct Guild of America e no recente BAFTA 2020, onde acaba de levar 7 prêmios, o épico de guerra 1917, segue em cartaz nos cinemas nacionais encantando público e crítica.
Os cabos Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) são jovens soldados britânicos durante a Primeira Guerra Mundial, que são encarregados de uma missão aparentemente impossível. Os dois precisam atravessar território inimigo, lutando contra o tempo, para entregar uma mensagem que pode salvar 1.600 de seus companheiros.
Após terminar a sessão, ficou nítido pra mim que acabara de assistir à um dos três melhores filmes de guerra já feito na história do cinema. Sam Mendes (diretor de 007- Operação Skyfall) está impecável na direção dessa grandiosidade técnica épica, dando vida à um filme de guerra como nenhum outro.
Tudo é ultra bem feito em 1917, Mendes comanda esse longa com maestria, como quem rege uma ópera, com tudo planejado, ensaiado e coreografado nos mínimos detalhes.
Ao invés de repetir a técnica da câmera tremida dentro da ação, dando aquela sensação de realismo ao estar no campo de batalha, famosa no Resgate do Soldado Ryan do Spielberg, ou mesmo Até o Ultimo Homem do Gibson, ele opta por uma câmera parada, suave, que passeia ao redor dos nossos protagonistas, variando de forma íntima à panorâmica durante duas horas de projeção, dividindo-as em 2 planos sequência espetaculares.
O primeiro de uma hora e seis minutos é de cair o queixo, pausando de modo, que se pararmos pra pensar, faz todo sentido, depois prosseguindo com uma montagem dinâmica, mantendo a ilusão perfeita que fora concebido de um take só (ou dois) nos entregando uma experiência imersiva em tempo real, jamais vista no gênero.
Destaque também para os responsáveis pelo som e design de produção, recriando trincheiras, figurinos, ruínas repleta de corpos humanos, animais mortos, armamentos em campos enormes, ajudados por bons efeitos visuais para deixar tudo crível e o mais realista possível, mesmo que as vezes, os ângulos usados lembrem games do estilo. Rendendo sempre muita tensão e momentos de tirar o fôlego, agraciados por uma trilha sonora excelente.
Ainda utilizando-se de uma inventiva fotografia, composta por sombras e luzes, resultando num bom equilíbrio visual e estético em meio ao caos da guerra, sem nunca nos deixar perdidos em meio essa experiência angustiante e emocional.Não menos importante e que vale muito ressaltar, é o trabalho na direção de dublês e figurantes, que nesse nível de adversidade, não é pra qualquer um.
Os dois jovens soldados que seguimos, vividos pelos atores George MacKay e Dean-Charles Chapman, estão muito bem representados, mas acredito que suas performances físicas estão acima de suas atuações aqui.
Ainda rolam participações especiais e pontuais de peso de astros como: Colin Firth, Mark Strong e Benedict Cumberbatch, todos muito bem em seus respectivos papéis.
A jornada de nossa dupla de protagonistas me lembraram a de Frodo e Sam na trilogia O Senhor dos Anéis, com aquele bonito sentimento de amizade, quase como irmãos, enfrentando com todas as suas forças a escuridão sem nunca perder a fé ou a esperança.
O único pequeno ponto fraco pra mim, fica por conta do roteiro que não é baseado em fatos reais, mas sim inspirada numa história que o avô do cineasta, o velho combatente Alfred Hubert Mendes lhe contara quando criança. Sendo assim,acredito que poderiam ter ousado mais na construção de uma trama menos simplista,para acompanhar uma produção tão grandiosa. Mas talvez isso seja apenas meu lado chato falando, julgando um pingo em meio um mar de méritos.
1917 é um épico de guerra espetacular, emocionante, imersivo e tecnicamente perfeito, filmado de forma extraordinária em uma escala única, com um controle de direção impecável, que pode até não impressionar no que se diz respeito ao enredo, mas sua técnica visual arrebatadora expressa em planos majestosos, com certeza o tornarão memorável.
Os cabos Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) são jovens soldados britânicos durante a Primeira Guerra Mundial, que são encarregados de uma missão aparentemente impossível. Os dois precisam atravessar território inimigo, lutando contra o tempo, para entregar uma mensagem que pode salvar 1.600 de seus companheiros.
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