O tratamento contra o câncer pode ter ganhado uma nova arma: o CRISPR. A técnica de edição genética foi aplicada em 3 pacientes norte-americanos, que não apresentaram nenhum efeito colateral. Ainda que a cura possa estar longe, os resultados são bastante promissores.
Esse sistema, chamado Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (algo como Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas), é um avanço na edição genética. Através de uma precisão nunca antes vista, ela pode modificar o genoma para resultados incríveis. Testes anteriores, por exemplo, foram capazes de prevenir células humanas de serem infectados pelo HIV – mas só em laboratório, por enquanto.
O novo estudo, publicado na revista Science, foi conduzido por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia. Eles coletaram células T do sangue dos 3 pacientes e, através da técnica CRISPR, excluíram os genes que poderiam interferir na capacidade de o sistema imunológico combater o câncer. Depois, essas células editadas foram “armadas” com um vírus que atacaria as proteínas encontradas nas células cancerígenas.
O doutor Edward Stadtmauer liderou os testes. (Fonte: Universidade da Pensilvânia)
Ainda que os 3 pacientes não tenham apresentado efeito colateral, nenhum deles apresentou evolução positiva. Pelo contrário: um morreu, enquanto os outros 2 tiveram seus quadros piorados. Mas isso é um efeito do próprio câncer, não tendo qualquer relação com a edição genética pela qual os pacientes passaram.
E mesmo sem ter um sucesso estrondoso – leia-se “a cura” –, os cientistas estão otimistas de que a técnica pode ser aprimorada para deixar as células T ainda mais poderosas. Como o processo é extremamente complexo, só o fato de não ter diretamente causado alguma reação adversa já é algo a ser comemorado.
Também é importante ressaltar que esse foi a primeira vez que a técnica CRISPR foi aplicada em pacientes com câncer em estágio avançado. A edição genética para o tratamento do câncer, entretanto, não é necessariamente nova. Porém, como muitos pacientes não são beneficiados por ela, a CRISPR pode ser a solução para deixar as células T muito mais preparadas para enfrentar o câncer.
Fontes:New Scientist /Science Alert
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