Por João Ramiro Antunes
Está em cartaz o mais novo filme do
aclamado diretor e roteirista Quentin Tarantino com sua visão única
de fazer cinema. O gênio louco está de volta nos oferecendo uma
viagem aos anos 60 e ao cinema daquela época de forma muito imersiva
e humorada.
No final da década de 1960, Hollywood começa a se
transformar e o astro de tv Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu
dublê Cliff Booth (Brad Pitt) tentam acompanhar as mudanças. Essa
dupla fictícia embarca em uma odisséia para fazerem seus nomes na
indústria cinematográfica durante os reais assassinatos de Charles
Manson em 1969, Los Angeles.
O nono e penúltimo filme de sua
carreira (segundo o próprio Tarantino), é acima de tudo uma carta
de amor ao cinema de alguém que ama de verdade essa arte.
O cineasta revela toda sua paixão mostrando seu absurdo conhecimento em todas suas nuances e fases, desde os bastidores dos filmes na época,com o sucesso do Western, com gravações, locações de filmagem, comercias de TV, referências à diretores, estrelas e lugares, tudo dentro do seu próprio longa, funcionando quase como um documentário. Bastante disso, é da própria memória fotográfica do Tarantino, recriando ruas, lojas, objetos com uma ajuda impecável da direção de arte.
O cineasta revela toda sua paixão mostrando seu absurdo conhecimento em todas suas nuances e fases, desde os bastidores dos filmes na época,com o sucesso do Western, com gravações, locações de filmagem, comercias de TV, referências à diretores, estrelas e lugares, tudo dentro do seu próprio longa, funcionando quase como um documentário. Bastante disso, é da própria memória fotográfica do Tarantino, recriando ruas, lojas, objetos com uma ajuda impecável da direção de arte.
DiCaprio e Pitt estão fantásticos em seus papéis, Dalton
e Cliff são excelentes protagonistas,carismáticos, engraçados e
bem desenvolvidos, ainda contando com a belíssima Margot Robbie como
a real atriz Sharon Tate, junta com participações de peso do
veterano Alpacino, Timothy Olyphant, James Marsden, Margaret Qualley,
Emile Hirsch,Dakota Fanning, Austin Bucther e do ator Luke Perry, que
infelizmente veio a falecer esse ano.
Além de rostos já conhecidos
de seus trabalhos como Kurt Russel, Michael Madsen, Bruce Dern e sua
amiga e dublê Zöe Bell, com que trabalhou em Kill Bill.
Mesmo
apostando em uma narrativa meio cotidiana dos dois personagens
centrais, é muito divertido ver as inseguranças de Rick Dalton,
suas frustrações, medo de não ser mais relevante no meio
artístico, entregando ótimos momentos, inclusive um contracenando
com uma garotinha.
Assim como seu misterioso amigo e habilidoso dublê
Cliff Booth, sua amizade e camaradagem é muito bem construída,
convincente e engraçada, esbanjando química de seus intérpretes.
Agora passando para a "polêmica" cena em que o saudoso
astro/mestre das artes marciais Bruce Lee aparece dialogando e até
lutando com o fictício Cliff Booth, pra mim não justifica em nada
todo o alvoroço de sua filha Shannon Lee e de alguns "fãs".
Tarantino sabia exatamente o estava fazendo, principalmente ao
retratá-lo, abordando o astro como um personagem e não uma figura
humana, e com isso o ator asiático Mike Moh, entrega exatamente o
que ele quis mostrar. Chega a ser estranho o quão caricato qualquer
um fica ao interpretá-lo como se ele fosse único, o que torna tudo mais evidente. Eu não me peguei
rindo do Bruce Lee como muitos disseram, me peguei rindo da cena em
si, que de fato é engraçada. O que pra alguns foi um desrespeito,
pra mim foi mais que uma homenagem e respeito de um fã declarado, ao
colocar Bruce quase perdendo uma luta pra alguém que nem existiu,
mas acredito que poucos atentaram pra isso.
Com quase 3 horas de
duração, Tarantino parece não se importar com o tempo, filmando
tudo sem pressa, com planos lentos e detalhados, contando sua
história ou acontecimentos calmamente, o que pode para alguns soar
cansativo, ao exibir cenas em sets de filmagens, erros de gravações,
conversas de investidores e amigos do meio,repercussão de trabalhos
na tv e no cinema com o público.
Além de passar despercebido a
parte verídica da história, caso não tenhas conhecimento prévio, do
real assassinato da esposa do diretor Roman Polanski, a atriz Sharon
Tate grávida de 8 meses, pelo psicopata Charles Manson (aqui vivido
pelo ator Damon Herriman) fundador e líder de um culto rippie que
cometeu vários assassinatos na época. Mas por outro lado, é aí que
vem toda a genialidade do diretor, subvertendo nossas expectativas,
com uma liberdade criativa que me lembrou a dada por ele em Bastardos
Inglórios para com o final, que me peguei rindo e me divertindo e
muito, com uma cena pra lá de Tarantinesca.
Era uma vez em…
Hollywood é propositalmente devagar, uma homenagem e presente pra
quem curte cinema em seus vários aspectos, atuações excelentes,
reconstrução de época brilhante,é engraçado e violento, não é
o melhor trabalho do diretor, mas é um experiência cinematográfica
muito gratificante e que mostra que esse cara não pode parar em 10
projetos… não mesmo.
NOTA: 8,5/10
Assista o Trailer:
Ficha técnica completa
Título
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Once Upon a Time in... Hollywood (Original)
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Ano produção
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2019
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Dirigido por
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Estreia
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15 de Agosto de 2019 ( Brasil )
Outras datas |
Duração
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165 minutos
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Classificação
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16 - Não recomendado para menores de 16 anos
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Gênero
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Países de Origem
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