Um grupo de cientistas norte-americanos desenvolveu um novo método capaz de ajudar na identificação de exoplanetas com maior potencial de abrigar vida. A novidade foi descrita em um estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters em novembro e poderá facilitar o trabalho do telescópio James Webb, cujo lançamento acontecerá em breve.
A equipe formada por pesquisadores da Universidade Northwestern combinou modelos climáticos em 3D com uma experiência pioneira de química atmosférica para explorar a habitabilidade dos planetas localizados fora do sistema solar, ao redor de estrelas anãs M, para simular as atmosferas desses locais.
Como existem muitos planetas e estrelas desse tipo, o objetivo é limitar a quantidade de lugares mais promissores para a vida alienígena, conforme descreveu o cientista Howard Chen, um dos autores do estudo, possibilitando aos astrônomos apontar os telescópios para essas regiões do espaço, definindo prioridades.
Simulação de um exoplaneta que estaria dentro da faixa habitável. (Fonte: NASA/Reprodução)
Segundo Chen, o novo método pode ajudar bastante a responder se estamos sozinhos no universo ou não. "Se pudermos prever quais planetas têm mais probabilidade de hospedar a vida, então podemos ficar muito mais perto de respondê-la no horizonte temporal de nossas vidas", disse ele.
Quais foram os resultados?
Nas simulações, os pesquisadores da Northwestern descobriram que os exoplanetas ao redor das estrelas ativas, que emitem grandes quantidades de radiação ultravioleta, são vulneráveis à perda de água devido à vaporização. Já aqueles que orbitam estrelas inativas ou silenciosas são mais propícios a reter água líquida, essencial para a vida.
A experiência também mostrou que os planetas com grossas camadas de ozônio permitem uma grande penetração dos raios UV, impossibilitando a manutenção da vida, mesmo apresentando temperaturas adequadas.
Os resultados poderão ser utilizados no desenvolvimento das ferramentas do telescópio espacial James Webb para detectar vapor d'água e outros dados importantes na busca por planetas habitáveis. O equipamento tem previsão de lançamento para 2021.
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