sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Rússia se desconecta da internet global e testa rede própria

A Rússia anunciou, na última segunda-feira (23), ter testado com sucesso a sua própria rede de internet, que funciona separadamente da internet global. Todo o procedimento foi realizado sem que os usuários comuns notassem qualquer tipo de alteração, de acordo com o Ministério das Comunicações do país.

Há poucos detalhes sobre os testes até o momento, mas segundo a BBC foram instalados filtros nas conexões globais da web, permitindo ao governo direcionar o tráfego da rede para pontos de roteamento controlados por ele, tornando mais fácil o bloqueio a sites e informações externas.

Conhecida como Runet, a rede tem sido comentada publicamente pelas autoridades da Rússia desde 2011. E no início de 2019 ela se tornou ainda mais real, quando se estabeleceram as mudanças técnicas necessárias e foram fornecidos os recursos para a sua implementação e o funcionamento de forma independente da internet global.
Putin terá acesso aos resultados dos testes em 2020. (Fonte: Pixabay)

De acordo com o vice-chefe do Ministério de Desenvolvimento Digital, Comunicações e Meios de Comunicação de Massa Alexey Sokolov, a internet da Rússia já está apta a funcionar: "Os resultados mostraram que, em geral, tanto as autoridades quanto as operadoras de telecomunicações estão prontas para responder efetivamente a riscos e ameaças emergentes, para garantir o funcionamento estável da internet e da rede de telecomunicações unificada na Federação Russa", disse ele.

Como funciona a Runet

Funcionando de maneira similar a uma intranet gigantesca, a internet da Rússia faz com que as informações enviadas por usuários comuns e organizações circulem apenas dentro do país, em vez de passarem por pontos de conexão internacionais.

O objetivo é fazer com que a interconexão com o resto do mundo ocorra somente em pontos específicos sobre os quais o governo local consiga exercer controle.

Ainda segundo a BBC, a Rússia também planeja lançar, em breve, a sua própria versão da Wikipedia, além de disponibilizar alternativas ao Google e ao Facebook, como acontece na China.

Fontes:BBC/ TechRadar

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