terça-feira, 5 de maio de 2020

Cientistas descobrem anticorpo que bloqueia a ação do Sars-CoV-2

Cientistas holandeses anunciaram a descoberta de um anticorpo com capacidade para impedir o Sars-CoV-2 de infectar células. A novidade, publicada na revista Nature Communications nesta segunda-feira (4), pode ajudar na prevenção e no desenvolvimento de novos tratamentos para a covid-19.

A equipe formada por pesquisadores da Universidade de Utrecht, do Harbor BioMed (HBM) e do Erasmus Medical Center, focou o estudo em anticorpos que combatem o Sars-CoV, vírus causador da Sars, doença surgida na China, em 2002. Durante os trabalhos, eles identificaram um anticorpo monoclonal totalmente humano que também possui eficácia em neutralizar a infecção pelo novo coronavírus em células cultivadas.

O professor da Universidade de Utrecht e coautor da pesquisa Berend-Jan Bosch comentou a importância da descoberta: “Esse anticorpo neutralizante tem potencial para alterar o curso da infecção no hospedeiro infectado, apoiar a eliminação do vírus ou proteger um indivíduo não infectado que é exposto ao vírus”, disse ele ao site da instituição.
O anticorpo 47D11 é efetivo contra o Sars-CoV e o Sars-CoV-2.
Fonte:  Nature Communications/Reprodução 

Ainda de acordo com Bosch, o recurso de neutralização cruzada encontrado no anticorpo identificado como 47D11 sugere que ele pode ser um potencial aliado na mitigação de doenças causadas pelos coronavírus, como a Sars e a covid-19, inclusive naquelas que possam surgir futuramente.

Uso em tratamentos

A descoberta é bastante importante, fornecendo uma base para pesquisas adicionais que ajudariam no desenvolvimento de tratamentos para a covid-19. Outro fato relevante é que por se tratar de um anticorpo humano, a possibilidade de efeitos colaterais para o sistema imunológico acaba se reduzindo.

No entanto, mais pesquisas são necessárias para avaliar se o anticorpo 47D11 realmente pode ser usado na redução da gravidade da doença, incluindo a realização de testes em humanos.

Conforme o fundador e CEO da HBM Jingsong Wang, o grupo de pesquisadores espera contar com a ajuda de parceiros para avançar no desenvolvimento do trabalho para atender a “essa necessidade de saúde pública mais urgente”.

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