sábado, 16 de maio de 2020

Estudo nos EUA aponta dano renal agudo em pacientes com covid-19

Um estudo realizado com pacientes infectados pelo novo coronavírus, internados em uma das maiores redes de saúde de Nova York (Estados Unidos), revelou que mais de um terço deles desenvolveu lesão renal aguda. A doença ocorre quando os rins não conseguem mais filtrar os resíduos do sangue.

Na pesquisa, feita por uma equipe do Northwell Health e publicada na revista Kidney International nessa quinta-feira (14), foram analisados os registros médicos de 5.449 pacientes hospitalizados na provedora de saúde, entre os dias 1º de março e 5 de abril. Deste total, 36,6% apresentaram danos nefrológicos, com 15% deles precisando fazer diálise.

Segundo o chefe de nefrologia da Hofstra/Northwell Kenar Jhaveri, coautor do estudo, a insuficiência renal foi desenvolvida no início da manifestação dos sintomas da covid-19. Dos pacientes que apresentaram a condição, 37,7% já chegaram ao hospital com o quadro ou o desenvolveram nas primeiras 24 horas depois da internação. 
Registros de mais de 5 mil pacientes foram analisados pelos pesquisadores. 
Fonte:  Pixabay 

A pesquisa mostrou também que há uma forte associação entre os infectados pelo Sars-CoV-2 que precisaram de ventilação mecânica e o surgimento dos danos renais agudos. Dos mais de 1 mil pacientes que utilizaram o equipamento, 90% apresentaram falhas nos rins, enquanto dos 925 que não exigiram este cuidado, 21,7% tiveram o problema. 

Quadro comum entre pacientes graves

O surgimento de danos nos rins é relativamente comum nos casos de pacientes em estado grave, nas doenças em geral, de acordo com Jhaveri. “Não é específico para a covid-19. Está mais relacionado ao quão doente você está”, disse o médico à Reuters.

Apesar disso, o estudo, que é o maior feito até o momento sobre insuficiência renal em pacientes com covid-19, poderá ajudar os hospitais a se organizarem melhor para futuros surtos de coronavírus.

O problema nos rins é mais um dos efeitos da doença detectados. Também já foram relatados danos nos pulmões, intestinos e outros órgãos.

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