sexta-feira, 8 de novembro de 2019

J.R.A.FOTO-CRÍTICA: O EXTERMINADOR DO FUTURO: DESTINO SOMBRIO


Por João Ramiro Antunes

Chega aos cinemas o sexto filme de uma das franquias mais clássicas de todos os tempos, e que transformou Arnold Schwarzenegger no astro da ação, amado por gerações. Com o primeiro capítulo iniciado em 1984, trazendo o grandalhão como vilão, a máquina assassina que se tornara referência nas telonas, com sucesso e prestígio, ganhou continuações em: 1991, 2003, 2009 e que fora revisitado anteriormente em 2015, tem sua retomada agora em 2019, com o estreante O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio.
25 anos depois dos eventos de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, um novo e modificado Exterminador (Gabriel Luna) de metal líquido é enviado do futuro para eliminar Dani Ramos (Natalia Reyes), ao mesmo tempo que uma "humana" (Mackenzie Davis) é enviada para protegê-la, pois esta é a chave pra sobrevivência da Humanidade. Logo Sarah Connor vem em seu auxílio, bem como o Exterminador original, para uma luta pelo futuro.
Se você está se perguntando: "Pera aí, essa história é uma mistura do 1 e o 2, não?" A resposta é sim, e a essa altura, com 6 filmes no currículo, isso não é nada bom. Esse novo título é uma continuação direta dos eventos do icônico segundo filme, escrito e dirigido por ninguém menos que James Cameron, que nesse retorna como produtor, além de assinar como um dos roteiristas, o que me deixou perplexo, pois sua contribuição culminou, para nos entregar mais do mesmo infelizmente. 
Parece que sua volta à franquia, só serviu pra juntar a Sarah da Linda Hamilton e o T-800 do Arnold Schwarzenegger, apostando pesado no fator nostalgia, que funciona durante sua exibição, mas que no final, não sabemos dizer se valeu realmente a pena. Pelo menos pra mim, a sensação foi de muito pouco.
Tim Miller (Deadpool) é quem assume a direção, e diria que dá pra sentir toda sua inspiração e paixão por esse universo nos primeiros 30 minutos, mas logo esfria, com um meio enfadonho, terminando com um final ok. 
A ação feita por ele, é boa e até inventiva em alguns momentos, às vezes bem megalomaníaca, com muito CGI (alguns bem gritantes) o que pode incomodar. 
Num descontraste absurdo se equipararmos ao 2, já que a comparação é inevitável, e proposital, visto que seguiram a mesma estrutura, em história, cenas canônicas da mitologia, que hoje após tantos títulos da franquia, soa repetitivo e muito pouco encaixado.
É uma pena ver agora, que a única coisa realmente nova foi tentada no Exterminador do Futuro: A Salvação de 2009, mas que não fora bem aceito pelo público e crítica na época.
O elenco é bom, a atriz Mackenzie Davis está muito bem como a humana aprimorada badass Grace, sua fisicalidade convence, rendendo boas cenas de luta. 
Sua protegida e alvo Dani Ramos, interpretada pela atriz colombiana Natalia Reyes, é o que seria a Sarah Connor entre o primeiro e segundo filme, nem muito ingênua, nem muito forte, mas bastante ofuscada.
Já a volta da Linda Hamilton no papel da Sarah original, é sem sobra de dúvida a melhor coisa do filme. 
Ela está perfeita reprisando sua memorável personagem desde 1991, no que diz respeito a ação e postura, está impecável. 
Mas não posso dizer o mesmo da parte dramática, acho que foi bem atuada, mas não muito trabalhada pelos roteiristas, fazendo tudo parecer apressado e um pouco vazio. 
O Arnold Schwarzenegger é o T-800, isso é inegável, mas a nova abordagem de seu personagem, é meio como eu posso dizer...duvidosa. 
E claro o vilão da vez, o metálico Rev-9 vivido pelo ator mexicano Gabriel Luna, que faz aqui sua versão "avançada" do inesquecível T-1000. Luna manda bem , seguindo direitinho o que um robô precisa para ser ameaçador, com habilidades e idéias visuais bacanas, mesmo que nada impressione. 
O que me leva à outro ponto a se pensar, que é o quão T-1000 foi, e continua sendo o maior vilão, não só da franquia em si, mas da história do cinema.
Todos os outros Exterminadores apresentados ao longo dos anos, que em tese deveriam ser mais perigosos e letais, pois são avanços, não se comparam ao original criado em 1991, e isso é simplesmente inacreditável. 
Como de costume, as visões do futuro são bem legais, com fotografia interessante, visualmente me lembraram No Limite do Amanhã do Tom Cruise, por outro lado, a escolha de destino dada pra alguns personagens são difíceis de digerir, à com John Connor então, que o diga!
No geral, apesar de conter bastantes elementos imprescindíveis para os fãs, o resultado final fica aquém do esperado, e o retorno de seus grandes astros, mesmo gratificante, se torna um desperdício. Com tudo, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio não é ruim, é certamente nostálgico, tem cenas de ação legais, mas a falta de criatividade para com o roteiro, prova o quão essa franquia tá saturada com o mal uso da fórmula. A produção é boa e digna, mas que infelizmente se arrisca em repetir o que já foi feito no passado de forma magistral, só que dessa vez sem êxito.

NOTA: 6,5/10

Assista o Trailer:

Ficha técnica completa
TítuloTerminator: Dark Fate (Original)
Ano produção2019
Dirigido por
Estreia
31 de Outubro de 2019 ( Brasil )
Outras datas 
Duração128 minutos
Classificação 16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero
Países de OrigemEstados Unidos da América

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