quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Acordo EUA-China alivia a Apple, mas não outras empresas americanas

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O acordo comercial assinado nesta quarta (15) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, está sendo chamado de “primeira etapa” mas também significa que a Apple pode começar a respirar, já que está afastada a taxação de 15% dos iPhones, iPads e MacBooks (suspensa em dezembro) fabricados no país comunista e trazidas de volta pela empresa para o mercado americano.

Os EUA concordaram em mexer nas tarifas impostas a produtos chineses – suspendeu as que incidiam sobre US$ 160 bilhões em produtos, como eletrônicos, e reduziu de 15% para 7,5% as taxações sobre outros US$ 112 bilhões em mercadorias.
Linha de produção Apple na Foxconn em Shenzhen, China: iPhones e outros dispositivos não pagarão mais taxas de importação para entrarem nos EUA. (Fonte: Flickr/Steve Jurvetson)

Em contrapartida, a China vai comprar dos EUA mais US$ 200 bilhões entre produtos agrícolas, manufaturados e serviços, nos próximos dois anos. Além disso, se comprometeu a respeitar propriedade intelectual de empresas americanas, não mais exigindo que elas compartilhem tecnologia como parte do preço em negócios com o país.

Boa parte do que é vendido por empresas chinesas vai continuar chegando aos EUA 25% mais caro, incluindo componentes eletrônicos para tecnológicos americanos. Mesmo que Trump afirme que quem paga essa conta é a China, estudos mostram que a carteira que se abre é mesmo a do importador americano.

Questões para a “Fase 2”

O acordo assinado ontem foi um primeiro passo para esfriar as tensões entre os dois países, mas não resolve as diferenças comerciais entre eles (incluindo o banimento da Huawei), avaliam observadores ouvidos pelo South China Morning Post. Os dois países devem agora se reunir semestralmente – prática em vigor sob os governos Bush e Obama, mas abandonada por Trump.

"Resta saber se e quanto tempo esse tipo de conversa vai durar. À medida que as eleições se aproximam, Trump pode ser pressionado a endurecer o diálogo com a China e reiniciar o conflito comercial", disse o especialista em assuntos norte-americanos da Universidade de Língua e Cultura de Pequim Huang Jing.

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