Nem mesmo no auge da Guerra Fria entre Estados Unidos e a antiga URSS o chamado Relógio do Apocalipse esteve tão próximo da meia-noite como está agora: o mundo está a meros cem segundos (cerca de um minuto e meio) da sua aniquilação. O anúncio foi feito nesta quinta (23) pelo comitê de diretores do Bulletin of the Atomic Scientists (Boletim de Cientistas Atômicos) da Universidade de Chicago.
O presidente executivo do Boletim Atômico, Jerry Brown, apresenta o Relógio do Apocalipse com a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson e o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon - os dois últimos, membros dos Anciãos. (Fonte: Boletim de Cientistas Atômicos/Divulgação)
Representantes dos Anciãos ( organização internacional fundada em 2007 pelo líder sul-africano Nelson Mandela e formada por um grupo de elite de ex-governantes) estavam presentes quando o relógio foi adiantado em 30 segundos, por conta do agravamento da ameaça nuclear, da falta de ação no combate às mudanças climáticas e do surgimento de campanhas de desinformação na web. Desde 1953, quando EUA e URSS testaram suas primeiras bombas termonucleares, o mundo não se vê tão perto de sua aniquilação.
Atraso de 17 minutos para a paz
O Relógio do Apocalipse foi criado em 1947 por cientistas do Projeto Manhattan (responsável pelas duas bombas atômicas lançadas em território japonês) como uma forma de mostrar ao mundo o quão perto o homem pode chegar de sua destruição.
Quando foi anunciado, ele mostrava 23h53m. A decisão de mover ou não o ponteiro dos minutos do Relógio do Apocalipse é tomada todos os anos pelo Conselho de Ciência e Segurança do Boletim, depois de consultar o Conselho de Apoiadores (que inclui, entre outros, 13 ganhadores do Nobel).
O maior respiro que a humanidade já teve foi em 1991, quando o relógio foi atrasado para 17 minutos antes da meia-noite – decisão influenciada pelo fim da União Soviética. Porém, nesses quase 30 anos, o ponteiro retomou seu caminho rumo ao fim do mundo, impulsionado pela proliferação de armas nucleares na Índia e no Paquistão, pela escalada do terror e de conflitos no mundo árabe e, nos anos 2000, pelo agravamento de outras ameaças, como o aquecimento global.
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